quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MODELOS FONOLÓGICOS

Resumo
A presente resenha abordará os modelos fonológicos sob uma perspectiva pós-estruturalista e explanar sobre as propostas do estruturalismo que tiveram grande importância no desenvolvimento da fonologia. Os estudos realizados pelo Círculo de Praga tiveram grande importância no estudo da fonologia com Jakobson e Trubetzkoy. Com os modelos fonológicos as correntes teóricas pós-estruturalistas que versam o componente sonoro. Esta aula foi  apresentada no dia  03/11/2010 – modelos fonológicos – Primeira parte.


Palavras-chaves: modelos fonológicos, estruturalismo, fonologia, pós-estruturalismo, círculo de praga.


MODELOS FONOLÓGICOS
estruturalismo foi um movimento europeu, ocorrido no início do século XX, que englobou diversas áreas das ciências humanas. Na área da lingüística, o movimento se iniciou após os trabalhos de Ferdinand Saussure, que produziu uma verdadeira revolução da lingüística teórica, diferenciando língua (langue) de fala (parole). Para Saussure, a linguagem é estruturada em um completo sistema de sinais: a língua, que, através da fala, faz-se presente em cada uma das realizações das pessoas.
Dentre da corrente estruturalista foi conceituado que o fonema era a unidade mínima da análise fonêmica, nada mais ilógico, já que cada uma dessas unidades discretas tem status independente na organização da cadeia sonora. Porém, essa delimitação será posteriormente questionada pelos teóricos da fonologia gerativa padrão, que acarretará expressivas modificações na teoria lingüística.
Outras propostas teóricas tiveram um caráter de grande importância na elaboração e desenvolvimento da proposta estruturalista, como a corrente do Círculo Linguístico de Praga. A preocupação principal deles era em estender à parte sonora da linguagem as idéias de Saussure, mantendo a dicotomia língua-fala e estabelecendo o fonema como uma unidade mínima operacional e suas variações fonéticas, em que destacamos os trabalhos de Trubetzkoy (1939) e Trubetzkoy (1939).
Uma contribuição bastante significativa do Círculo de Praga foram as noções de neutralização – a perda de uma característica de um fonema dentro de uma palavra – e arquifonema – o fonema (no caso  a letra) adquiri uma característica sonora que não faz parte dos seus traços.
Devemos levar em consideração dois pontos que provocaram questionamentos teóricos do modelo estruturalista e contribuíram para o advento da fonologia gerativa padrão. O primeiro refere-se a dificuldades em expressar generalizações dos sistemas fonológicos, onde em contextos específicos, o fonema é tratado como uma unidade distinta que se relaciona a seus respectivos alofones; por isso que não podem ocorrer generalizações, pois, segundo o modelo estruturalista, os fonemas relacionam-se a alofones e não apresentam um relacionamento entre si.  O segundo ponto é a contestação pelos críticos da proposta estruturalista de que o fonema seja a unidade mínima de análise; na fonologia gerativa tem-se  o traço como unidade mínima, com a representação dos segmentos constituída de um feixe de traços. Exemplificando, o que diferencia /p/ e /b/ é um traço distintivo constituído no segmento – nesse caso é o grau de vozeamento, onde /p/ é desvozeado e /b/ é vozeado.
Os modelos teóricos pós-gerativistas são divididos em dois:
- MODELO LINEAR: analisa a fala como uma combinação linear de segmentos e conjuntos de traços isolados linearmente, tendo limites morfológicos e sintáticos em seus traços, onde cada fonema possui sua própria característica.
- MODELO NÃO-LINEAR: a fonologia de uma língua é vista como uma organização em que os traços, dispostos hierarquicamente em camadas podem estender-se além ou aquém de um segmento; onde pode ligar-se a mais de uma unidade, como também funcionar isoladamente ou em conjunto.
Exemplo da palavra BAMBA nos dois modelos:
a)     Modelo linear:
B – oclusiva bilabial vozeada
A – aberta central
M – nasal bilabial vozeada
B – oclusiva bilabial vozeada
A – aberta central             

b)     Modelo não-linear
B – oclusiva bilabial vozeada, nasalisada por M, média devido a A
A – aberta central, nasalisada por M
M – nasal bilabial vozeada
B – oclusiva bilabial vozeada, aberta devido a A
A – aberta central.

Escrito pelos Acds. Cristóvam Souza Leão, Gabrielle Souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho.

2 comentários:

  1. Gostei bastante dessa resenha.Depois que li que os modelos lineares e não lineares são pós-gerativistas, entendi que estava misturando as noções dos traços distintivos entre outras dificuldades.No funcionalismo sistêmico, também era considerado estruturalismo? quais são as teorias fonológicas válidas nesse funcionalismo? A noção de traços distintivos só vem surgir nos modelos fonológicos pós gerativistas. Estou com dificuldades pontuais para distinguir as teorias fonológicas nas diversas correntes estruturalista, funcionalista e gerativista. Se puder me esclarecer ou indicar uma bibliografia específica, agradeço.

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  2. Gostaria de receber mais alguns assunto sobre a fonologia não linear,pois está resenha me ajudou a compreender um pouco mais a respeito do assunto

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