quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Benefícios da fonética e da fonologia para o ensino

A fonética articulatória nos proporciona um estudo técnico das variações lingüísticas. Umas causas dessa variação são os segmentos vocálicos. No letramento de crianças, partindo do pressuposto de que possuam conhecimento prévio dos sons, torna-se viável o trabalho com alterações fonológicas dentro dos chamados ambientes vocálicos, através das premissas fonológicas.
Essa nova visão, proporciona um salto qualitativo porque propõe a interação do aluno com a escrita através da língua falada. O aluno deixa de ser visto como passivo no processo de aprendizagem, e aproveita sua experiência lingüística, que é a fala, para escrever.  
Importante salientar que a oralidade e a escrita não são formas opostas, nem que a escrita é mais importante que a oralidade ou a segunda é mais importante que a primeira. Elas complementam-se como atividades interativas no contexto social e cultural.

Crítica: Alfabetizar é realmente de uma responsabilidade abissal e a fonética e a fonologia trás indagações quanto à produção de som, recepção, etc. e como são representados mentalmente. Assim, sendo um processo que está sempre se transformando, é preciso frisar que alfabetizar vai muito além do código escrito dos sons. E para que se tenham  alunos que cheguem à cognição, à leitura, é preciso que sejam bem alfabetizados, que ultrapassem a decodificação.
 A fonética e fonologia deve ser inclusa na grade curricular dos pedagogos, senão continuaremos a ter crianças que desenvolveram problemas fonológicos devido uma má alfabetização.  Portanto, fica claro as inúmeras contribuições da fonética e fonologia para a pratica educacional. 

Postagem feita pelos Acds. Cristovam Souza Leão, Gabrielle souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Caracteristica da fonologia auto-segmental



Os modelos lineares, que analisavam a fala como uma combinação linear de segmentos e conjuntos de traços isolados linearmente, tendo limites morfológicos e sintáticos em seus traços, onde cada fonema possui sua própria característica, contribuíram significativamente para a evolução dos pensamentos fonológicos ao desenvolver as noções de traços distintivos, classes naturais e regras fonológicas.
Porém, tais modelos apresentavam limitações ao tentar explicar fenômenos fonológicos além dos segmentais e emissão dos sons da fala. Os modelos não-lineares, portanto, buscou analisar a fala não como uma combinação linear ordenada de segmentos, estes novos modelos propunham-se que os segmentos se organizavam hierarquicamente. Assim, segmentos formavam sílabas, que, por sua vez, formavam ramos, que formavam palavras fonológicas, etc.
O grande mérito do modelo autossegmental foi a incorporação da sílaba à teoria. No modelo gerativo, a sílaba era tratada como um traço [+silábico] que era atribuído a um segmento. Esse tipo de análise era insuficiente e não conseguia dar conta de diversos fenômenos relativos à sílaba. Na autossegmental, portanto, a sílaba adquiriu status fonológico. Os segmentos passam, então, a não ser só um conjunto desorganizado de traços, mas um conjunto que possui uma estrutura interna organizada hierarquicamente.
A sílaba tem como constituintes onset (O), núcleo (N), rima (R) e coda (C).
    
Uma silaba δ pode ser representada por dois ramos. O primeiro, chamado onset contém até duas consoantes. O segundo, chamado rima, pode ser preenchido por vogais e consoantes, cujo número e seqüência serão dados por especificidades da própria língua.
A rima, por sua vez, pode ser dividida em núcleo e coda. O núcleo, no português, é formado somente por vogais e se constitui no pico silábico. Em outras línguas, entretanto, algumas consoantes podem preencher esta posição. O coda também pode ser ocupado por consoante. O número, porém, de consoantes que se encontra neste lugar, em comparação ao de onset é bastante reduzido.



Critica

A proposta da fonologia auto-segmental, com abandono do modelo linear da fonologia clássica, vem em favor de uma concepção multilinear. Em princípio, pode-se dizer que a sílaba é um domínio natural para o estabelecimento de muitas restrições fonéticas. Além disso, é possível expressar regras fonológicas de forma mais simples e objetiva quando se faz referência explícita à sílaba. Além disso,  vários processos fonológicos são melhor interpretados como estratégia para assegurar que a cadeia segmental seja analisável em sílabas. Outro ponto importante, é que a organização em sílabas acomoda, ainda, a base sobre a qual as regras e os princípios da acentuação são definidos.
A nova concepção da organização interna dos segmentos veio evidenciar a naturalidade do funcionamento conjunto de certos grupos de traços distintivos na atuação de processos fonológicos.


Postagem escrita pelos Acds. Cristóvam Souza Leão, Gabrielle Souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A fonologia gerativa padrão

O modelo gerativo padrão começa a ser desenvolvido na década de 60. Em 1965, Chomsky Publica aspects of the theory of syntax, livro que traz uma proposta persuasiva para os estudos lingüísticos. O livro propõe a de mudança de foco. O componente sonoro, que tinha papel importante, passa a ser apenas parte do todo, parte componente de todo o mecanismo lingüístico. Dessa forma, o foco sai do componente fonético e vai para o componente sintático, para a análise lingüística.  
A partir daí nascem as noções de competência / desempenho, gramática universal (GU) e as regras linguísticas.  A competência lingüística se opõe ao desempenho. Essa seria a faculdade inata do falante de produzir, compreender a linguagem. Todos nascem aptos a desenvolver a linguagem. No entanto, o desempenho, ou performance é determinado pelo meio que o falante está; o desempenho é a forma que o falante desempenha a competência. Todos têm a capacidade inata, mas cada um desempenha de forma diferente.
Para Chomsky, todo homem nasce com uma espécie de software lingüístico dentro de seus cérebros. Isso quer dizer que, todos são dotados de alguns princípios gramaticais universais internalizados, ou seja, que são comuns em todas as línguas. Essa gramática latente no ser humano, mesmo que inata, é potencializada de acordo com o desempenho.
Apetce
Além disso, Chomsky propõe a influência mútua entre o som e o significado. Relacionando o campo semântico, sintático e fonológico.



Este gráfico mostra  de forma crescente o estudo linguístico. O  estudo parte da análise fonética, com seus componentes fonológicos dando acesso à formação léxica. Com as palavras formadas, chega-se à estrutura frasal ( os gerativistas acredita que os falantes possuem uma estrutura profunda que têm subsídios gramaticais). Então, o acesso a semântica fica mais próximo ao chegar à estrutura frasal.
Ao contrário da fonética articulatória, a fonologia gerativa tem-se  o traço de forma distinta. A fonologia gerativa leva em consideração a realização do som do segmento que tem na sua representação, um conjunto de feixe de traços distintos.

Comentário crítico da equipe:

            A tese de Chomsky de que o ser humano enquanto criança “... possui uma capacidade lingüística incorporada à própria estrutura de sua mente.” é pertinente a partir do momento em que, analogamente, outros seres vivos possuem semelhante capacidade. Tomemos como exemplo, guardando as devidas proporções, linguagens corporais e sonoras de animais e cores vibrantes de determinados vegetais. O que fica claro, é que os seres vivos possuem uma pré-disposição à comunicação, seja por sobrevivência, reprodução, instinto, etc.
            Com o ser humano não é diferente. Desde os primeiros momentos de nossas vidas utilizamos o choro como instrumento de comunicação com o mundo exterior. Mas Chomsky vai além. Lança a teoria de que a criança nasce biologicamente equipada com um mecanismo mental que é capaz de armazenar e, em parte, verbalizar um conteúdo significativo de informações lingüísticas, o que ele chama de Gramática Universal.
            Indo de encontro à tese de que a produção lingüística da criança seria mera repetição léxica da linguagem executada em seu meio social, Chomsky defende que apesar de sua produção verbal ser incompleta e truncada, ela possui uma habilidade inata de “dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante”. Somando-se a esse mecanismo mental, fatores externos (sociais), a criança passa por um processo de “seleção” onde com o passar do tempo, vai moldando sua gramática interna à linguagem daqueles que o rodeiam. Seja através de marcas gerais da língua materna, como de marcas regionais dessa língua.
            O que nos leva à constatação de que nós enquanto seres humanos estamos sempre em busca do novo, ainda que nos pareça estranho. Na aquisição da língua materna não é diferente. No processo de amadurecimento da criança surgem questionamentos e respostas às situações inovadoras da linguagem. E tais respostas estão intimamente ligadas à habilidade inata de aquisição da linguagem.


Postagem escrita pelos Acds. Cristóvam Souza Leão, Gabrielle Souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MODELOS FONOLÓGICOS

Resumo
A presente resenha abordará os modelos fonológicos sob uma perspectiva pós-estruturalista e explanar sobre as propostas do estruturalismo que tiveram grande importância no desenvolvimento da fonologia. Os estudos realizados pelo Círculo de Praga tiveram grande importância no estudo da fonologia com Jakobson e Trubetzkoy. Com os modelos fonológicos as correntes teóricas pós-estruturalistas que versam o componente sonoro. Esta aula foi  apresentada no dia  03/11/2010 – modelos fonológicos – Primeira parte.


Palavras-chaves: modelos fonológicos, estruturalismo, fonologia, pós-estruturalismo, círculo de praga.


MODELOS FONOLÓGICOS
estruturalismo foi um movimento europeu, ocorrido no início do século XX, que englobou diversas áreas das ciências humanas. Na área da lingüística, o movimento se iniciou após os trabalhos de Ferdinand Saussure, que produziu uma verdadeira revolução da lingüística teórica, diferenciando língua (langue) de fala (parole). Para Saussure, a linguagem é estruturada em um completo sistema de sinais: a língua, que, através da fala, faz-se presente em cada uma das realizações das pessoas.
Dentre da corrente estruturalista foi conceituado que o fonema era a unidade mínima da análise fonêmica, nada mais ilógico, já que cada uma dessas unidades discretas tem status independente na organização da cadeia sonora. Porém, essa delimitação será posteriormente questionada pelos teóricos da fonologia gerativa padrão, que acarretará expressivas modificações na teoria lingüística.
Outras propostas teóricas tiveram um caráter de grande importância na elaboração e desenvolvimento da proposta estruturalista, como a corrente do Círculo Linguístico de Praga. A preocupação principal deles era em estender à parte sonora da linguagem as idéias de Saussure, mantendo a dicotomia língua-fala e estabelecendo o fonema como uma unidade mínima operacional e suas variações fonéticas, em que destacamos os trabalhos de Trubetzkoy (1939) e Trubetzkoy (1939).
Uma contribuição bastante significativa do Círculo de Praga foram as noções de neutralização – a perda de uma característica de um fonema dentro de uma palavra – e arquifonema – o fonema (no caso  a letra) adquiri uma característica sonora que não faz parte dos seus traços.
Devemos levar em consideração dois pontos que provocaram questionamentos teóricos do modelo estruturalista e contribuíram para o advento da fonologia gerativa padrão. O primeiro refere-se a dificuldades em expressar generalizações dos sistemas fonológicos, onde em contextos específicos, o fonema é tratado como uma unidade distinta que se relaciona a seus respectivos alofones; por isso que não podem ocorrer generalizações, pois, segundo o modelo estruturalista, os fonemas relacionam-se a alofones e não apresentam um relacionamento entre si.  O segundo ponto é a contestação pelos críticos da proposta estruturalista de que o fonema seja a unidade mínima de análise; na fonologia gerativa tem-se  o traço como unidade mínima, com a representação dos segmentos constituída de um feixe de traços. Exemplificando, o que diferencia /p/ e /b/ é um traço distintivo constituído no segmento – nesse caso é o grau de vozeamento, onde /p/ é desvozeado e /b/ é vozeado.
Os modelos teóricos pós-gerativistas são divididos em dois:
- MODELO LINEAR: analisa a fala como uma combinação linear de segmentos e conjuntos de traços isolados linearmente, tendo limites morfológicos e sintáticos em seus traços, onde cada fonema possui sua própria característica.
- MODELO NÃO-LINEAR: a fonologia de uma língua é vista como uma organização em que os traços, dispostos hierarquicamente em camadas podem estender-se além ou aquém de um segmento; onde pode ligar-se a mais de uma unidade, como também funcionar isoladamente ou em conjunto.
Exemplo da palavra BAMBA nos dois modelos:
a)     Modelo linear:
B – oclusiva bilabial vozeada
A – aberta central
M – nasal bilabial vozeada
B – oclusiva bilabial vozeada
A – aberta central             

b)     Modelo não-linear
B – oclusiva bilabial vozeada, nasalisada por M, média devido a A
A – aberta central, nasalisada por M
M – nasal bilabial vozeada
B – oclusiva bilabial vozeada, aberta devido a A
A – aberta central.

Escrito pelos Acds. Cristóvam Souza Leão, Gabrielle Souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho.