terça-feira, 16 de novembro de 2010

A fonologia gerativa padrão

O modelo gerativo padrão começa a ser desenvolvido na década de 60. Em 1965, Chomsky Publica aspects of the theory of syntax, livro que traz uma proposta persuasiva para os estudos lingüísticos. O livro propõe a de mudança de foco. O componente sonoro, que tinha papel importante, passa a ser apenas parte do todo, parte componente de todo o mecanismo lingüístico. Dessa forma, o foco sai do componente fonético e vai para o componente sintático, para a análise lingüística.  
A partir daí nascem as noções de competência / desempenho, gramática universal (GU) e as regras linguísticas.  A competência lingüística se opõe ao desempenho. Essa seria a faculdade inata do falante de produzir, compreender a linguagem. Todos nascem aptos a desenvolver a linguagem. No entanto, o desempenho, ou performance é determinado pelo meio que o falante está; o desempenho é a forma que o falante desempenha a competência. Todos têm a capacidade inata, mas cada um desempenha de forma diferente.
Para Chomsky, todo homem nasce com uma espécie de software lingüístico dentro de seus cérebros. Isso quer dizer que, todos são dotados de alguns princípios gramaticais universais internalizados, ou seja, que são comuns em todas as línguas. Essa gramática latente no ser humano, mesmo que inata, é potencializada de acordo com o desempenho.
Apetce
Além disso, Chomsky propõe a influência mútua entre o som e o significado. Relacionando o campo semântico, sintático e fonológico.



Este gráfico mostra  de forma crescente o estudo linguístico. O  estudo parte da análise fonética, com seus componentes fonológicos dando acesso à formação léxica. Com as palavras formadas, chega-se à estrutura frasal ( os gerativistas acredita que os falantes possuem uma estrutura profunda que têm subsídios gramaticais). Então, o acesso a semântica fica mais próximo ao chegar à estrutura frasal.
Ao contrário da fonética articulatória, a fonologia gerativa tem-se  o traço de forma distinta. A fonologia gerativa leva em consideração a realização do som do segmento que tem na sua representação, um conjunto de feixe de traços distintos.

Comentário crítico da equipe:

            A tese de Chomsky de que o ser humano enquanto criança “... possui uma capacidade lingüística incorporada à própria estrutura de sua mente.” é pertinente a partir do momento em que, analogamente, outros seres vivos possuem semelhante capacidade. Tomemos como exemplo, guardando as devidas proporções, linguagens corporais e sonoras de animais e cores vibrantes de determinados vegetais. O que fica claro, é que os seres vivos possuem uma pré-disposição à comunicação, seja por sobrevivência, reprodução, instinto, etc.
            Com o ser humano não é diferente. Desde os primeiros momentos de nossas vidas utilizamos o choro como instrumento de comunicação com o mundo exterior. Mas Chomsky vai além. Lança a teoria de que a criança nasce biologicamente equipada com um mecanismo mental que é capaz de armazenar e, em parte, verbalizar um conteúdo significativo de informações lingüísticas, o que ele chama de Gramática Universal.
            Indo de encontro à tese de que a produção lingüística da criança seria mera repetição léxica da linguagem executada em seu meio social, Chomsky defende que apesar de sua produção verbal ser incompleta e truncada, ela possui uma habilidade inata de “dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante”. Somando-se a esse mecanismo mental, fatores externos (sociais), a criança passa por um processo de “seleção” onde com o passar do tempo, vai moldando sua gramática interna à linguagem daqueles que o rodeiam. Seja através de marcas gerais da língua materna, como de marcas regionais dessa língua.
            O que nos leva à constatação de que nós enquanto seres humanos estamos sempre em busca do novo, ainda que nos pareça estranho. Na aquisição da língua materna não é diferente. No processo de amadurecimento da criança surgem questionamentos e respostas às situações inovadoras da linguagem. E tais respostas estão intimamente ligadas à habilidade inata de aquisição da linguagem.


Postagem escrita pelos Acds. Cristóvam Souza Leão, Gabrielle Souza, Phelippe Rave e Rayssa Marinho.

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